Hipertermia maligna

A hipertermia maligna em cães é uma doença que se manifesta como uma reação adversa a determinados medicamentos e situações de stress e, por isso, é também conhecida como síndrome de stress canino. É mais proeminente nos galgos, mas também pode afetar outras raças.

Sintomas

A hipertermia maligna em cães não causa sintomas até o cão ser exposto a determinados estímulos, como anestésicos e relaxantes musculares ou situações de stress. Os sintomas da doença incluem taquicardia, rigidez muscular generalizada e hipertermia e podem levar à morte se o anestésico utilizado não for interrompido.

Gestão da doença

Quando o cão sofre um ataque de hipertermia, é necessária uma injeção intravenosa de um relaxante muscular chamado Dantrolene. O cão deve ser imediatamente retirado dos anestésicos, enquanto a sua temperatura é normalizada e a sua respiração controlada. A hipertermia maligna, mesmo se tratada correcta e prontamente, pode ser fatal. É importante informar o seu veterinário se o seu cão for portador de uma mutação no gene RYR1 que possa causar uma reação de hipertermia ou se apresentar quaisquer sintomas típicos desta doença.

Base genética

Esta doença segue um modo de hereditariedade autossómica dominante, o que significa que os cães só têm de herdar uma cópia da mutação ou variante patogénica para estarem em risco de desenvolver a doença. Cada cachorro nascido de um progenitor portador de uma cópia da mutação tem 50% de hipóteses de herdar uma cópia da mutação e de estar em risco de desenvolver a doença. Não se recomenda o cruzamento entre cães portadores de variantes genéticas que possam causar a doença, mesmo que não apresentem sintomas.

Relatório técnico

A hipertermia maligna é causada pela presença de uma única cópia de uma mutação patogénica no gene RYR1, ou seja, segue um modo de hereditariedade autossómico dominante. Esta doença provoca reacções físicas graves devido a determinados factores desencadeantes que podem ir desde uma reação a diferentes medicamentos (anestésicos gasosos, especialmente o halotano e alguns relaxantes musculares como a succinilcolina) e substâncias como a cafeína e o lúpulo. Aqui analisamos a mutação c.1643T>C no gene RYR1 identificada em cães das raças Collie, Doberman Pinscher, Pastor Alemão e Labrador Retriever (Roberts et al., 2001). O gene RYR1 codifica o canal de libertação de cálcio do retículo sarcoplasmático, também conhecido como recetor de rianodina. Este recetor desempenha um papel fundamental na libertação de cálcio durante o processo de excitação-contração no músculo esquelético. As alterações no gene RYR1 que causam hipertermia fazem com que o canal da proteína RYR1 se abra durante um intervalo mais longo do que o normal na presença de fármacos desencadeadores, resultando num fluxo excessivo de cálcio para o sarcoplasma ou citoplasma das células musculares. As concentrações elevadas de cálcio sarcoplasmático em repouso desencadeiam a contração muscular, a aceleração do metabolismo e a hipertermia.

As raças mais afectadas

  • Collie
  • Doberman Pinscher
  • Galgo
  • Labrador Retriever
  • Pastor Alemão
  • Retriever
  • São Bernardo
  • Springer Spaniel Inglês

Bibliografia

Roberts MC, Mickelson JR, Patterson EE,et al. Autosomal dominant canine malignant hyperthermia is caused by a mutation in the gene encoding the skeletal muscle calcium release channel (RYR1). Anesthesiology. 2001 Sep;95(3):716-25.

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