Gangliosidose GM2 (gene HEXA, Japanese Chin)

As gangliosidoses em cães são um grupo de doenças raras de armazenamento lisossómico que resultam na acumulação anormal de uma substância gorda chamada gangliosídeo no cérebro e noutros órgãos do corpo, como o fígado. Existem duas formas principais de gangliosidose em cães: as formas GM1 e GM2, causadas por deficiência nas enzimas galactosidase ácida e β-hexosaminidase, respetivamente.

Sintomas

Os sintomas da gangliosidose aparecem normalmente durante os primeiros dois anos de vida e podem incluir perda de peso, fraqueza muscular e cegueira. Quando a acumulação de gangliosídeos é grave, a coordenação do cão é afetada e ocorre frequentemente ataxia cerebelar. O cão pode parecer letárgico ou deprimido. É frequente observarem-se sacudidelas da cabeça, especialmente quando come. Em alguns casos, podem ocorrer convulsões. Os sintomas agravam-se com o tempo e recorre-se frequentemente à eutanásia.

Gestão da doença

Atualmente, não existe cura para a gangliosidose em cães. O tratamento centra-se no alívio dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida do animal. Se suspeitar que o seu cão pode ser afetado por gangliosidose, é importante levá-lo a um neurologista veterinário para um diagnóstico e tratamento adequados.

Base genética

Esta doença segue um modo de hereditariedade autossómico recessivo, o que significa que o cão, independentemente do sexo, tem de receber duas cópias da mutação ou variante patogénica para estar em risco de desenvolver a doença. Ambos os pais de um cão afetado devem ser portadores de pelo menos uma cópia da mutação. Os animais portadores de apenas uma cópia da mutação não correm um risco acrescido de desenvolver a doença, mas podem transmitir a mutação às gerações futuras. Não se recomenda o cruzamento entre cães portadores de variantes genéticas que possam causar doença, mesmo que não apresentem sintomas.

Relatório técnico

As gangliosidoses GM2 são um grupo de doenças de armazenamento lisossómico caracterizadas pela acumulação de gangliosídeo GM2 e glicolípidos relacionados, principalmente nos neurónios. Para ser metabolizado, o gangliosídeo GM2 necessita da remoção do resíduo terminal de N-acetil-galactosamina (GalNAc) pela β-hexosaminidase. A β-hexosaminidase é composta por uma subunidade α e uma subunidade β codificadas por HEXA e HEXB, respetivamente. Certas mutações no HEXA e no HEXB são responsáveis pelas gangliosidoses GM2. A variante aqui analisada, c.967G>A do gene HEXA, foi descrita pela primeira vez em cães Spaniel japoneses. Quando a variante c.967G>A está presente em homozigotia, observa-se uma perda completa da atividade enzimática.

As raças mais afectadas

  • Spaniel japonês

Bibliografia

Freeman AC, Platt SR, Vandenberg M,et al. GM2 gangliosidosis (B variant) in two Japanese Chins: clinical, magnetic resonance imaging and pathological characteristics. J Vet Intern Med. 2013 Jul-Aug;27(4):771-6.

Sanders DN, Zeng R, Wenger DA,et al. GM2 gangliosidosis associated with a HEXA missense mutation in Japanese Chin dogs: a potential model for Tay Sachs disease. Mol Genet Metab. 2013 Jan;108(1):70-5.

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